top of page

­­­­­­Aplicação da Abordagem Integrativa Transpessoal Em Serviço Público de Saúde Mental


Autores:

Adriana Splendore - graduada em Artes Plásticas (FAAP) e em Terapia Ortomolecular (Anhembi Morumbi); especialista em Medicina Tradicional Chinesa e Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).

Ligia Splendore - graduada em Psicologia (UNISANTOS); especialista em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT).

Manoel Simão – psicólogo (UMESP), mestre em neurociências (USP); especialista em Psicologia da Saúde (UNIMARCO), Transdisciplinaridade (UNIPAZ) e Psicologia Transpessoal (ALUBRAT) e coordenador da ALUBRAT São Paulo.

Maria Cristina M. de Barros – psicóloga (USP); mestre em Psicologia (USP); especialista em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT) e Psicologia da Saúde (HCFMUSP); vice-presidente da ALUBRAT.

Vera Saldanha – psicóloga (PUCCAMP); doutora em Psicologia (FEUNICAMP), especialista em Psicopatologia e Psicoterapia do Adolescente (UNICAMP), Psicodrama (ACPS); didata em TRVP e NTVP; presidente da ALUBRAT; responsável pela sistematização da AIT.



Psicologia Transpessoal


O termo “transpessoal” foi usado pela primeira vez por Carl Gustav Jung (1875-1961), utilizando as palavras überperson, em 1916, e überpersönlich, em 1917, que significam supra pessoa e supra pessoal, respectivamente (Simões, et al., 1997). Considerado um dos principais teóricos da psicologia, William James (1842-1910) definia a psicologia como o estudo e compreensão dos diferentes estados de consciência. James acrescentava que existiam estados de consciência mais elevados do que a consciência de vigília (Fadiman, et al., 1986). A Transpessoal fundamenta sua teoria no conceito de que o homem é um ser que transita por diversos estados de consciência e inclui técnicas que estimulam e levam o indivíduo a explorar estes estados com o objetivo de resgatar a dimensão saudável em cada ser humano, contribuindo nos processos terapêuticos de casos patológicos ou contribuindo para uma melhor qualidade de vida em indivíduos saudáveis (Maslow, 1968).


Pierre Weil (1924-2008) enfatiza que a transpessoal lida mais especificamente com a “experiência cósmica” ou com estados ditos “superiores” ou “ampliados” de consciência (Weil, 1999). A psicologia transpessoal inclui o estudo e aplicação destas experiências na saúde, na educação e nas instituições.

Porém, foi apenas em 1968 que Abraham Harold Maslow (1908-1970), quando presidente da APA (American Psychology Association), junto com Antony Sutich, Victor Frankl, Stanislav Grof e James Fadiman, oficializou a Psicologia Transpessoal.


A Psicologia Transpessoal é um ramo da Psicologia que surgiu como um desdobramento da Psicologia Humanista em 1968 e tem raízes no existencialismo, no humanismo e na fenomenologia, encontrando subsídios em conceitos da física moderna, neurobiologia e informática (Simões, 1997). Segundo esta linha, o homem é um ser biológico, psicológico, social e espiritual. A inclusão da dimensão espiritual na transpessoal amplia a concepção de Homem das outras linhas da Psicologia. A espiritualidade é incluída como característica inerente ao ser humano; essência que nos faz buscar sentido para a vida, que nos faz almejar transcender, acreditar e buscar o que está além do que podemos perceber através dos cinco sentidos (Maslow, 1968).


Maslow, em seu livro Toward a Psychology of Being (1968), expõe os conceitos iniciais sobre a visão do ser humano como possuidor de uma natureza interna boa, ou pelo menos, neutra. Observou também, que os indivíduos que buscam a autorrealização, também possuem mais experiências gratificantes e de contato com o mundo espiritual ou sagrado. Nesta questão, ele reconhece que uma psicologia que cuide desta dimensão transpessoal, se torna necessária para atender as demandas desses indivíduos e ajudar outros a alcançarem este patamar de realização pessoal. Assim, Maslow aponta que a dimensão espiritual é o que nos dá a melhor parte de nossa humanidade:


“... sem o transcendente e o transpessoal, nós ficamos doentes, violentos, e niilistas, ou então desamparados e apáticos. Nós precisamos de algo ‘maior do que nós mesmos’ para nos deslumbrar e com o que nós nos comprometamos em um novo sentido, mais naturalista, empírico e não religioso.” (Maslow, 1968, p. xi)


Maslow inseriu uma nova linguagem conceitual na psicologia, evidenciando a natureza superior da consciência, as experiências culminantes, a transcendência, a espiritualidade e os valores positivos (Maslow, 1968). Ele colocou as experiências de transcendência como o centro de sua psicologia, como bússola pela qual o homem ganha um senso do norte de sua existência. Para esse autor, a transcendência não é aniquilação da individualidade, mas inclusão de aspectos superiores e construtivos do próprio indivíduo. Ele vê a transcendência como fonte de poder, significado e propósito dentro de si mesmo (Wilson, 2001). Para Maslow, a dimensão da transcendência e a expressão da espiritualidade não só colaboram com o restabelecimento da saúde, como sua a ausência ou repressão pode gerar doenças (Maslow, 1971).


Em suas pesquisas, realizadas a partir da década de 50, Maslow evidenciou que as experiências que transcendem a dimensão do pessoal promovem valores positivos. Estes valores existem no ser humano, mesmo que em potencial (por exemplo, a gratidão, a esperança e a beleza) e trazem o sentimento de pertencimento a algo maior que o “Si mesmo”, favorecendo a construção e a atribuição de sentido às nossas experiências e à vida. Segundo a visão de Maslow, é importante a que a Psicologia conheça e trabalhe com o lado saudável do ser humano e não apenas com a patologia, inserindo os níveis superiores da consciência.


Abordagem Integrativa Transpessoal


Certamente a complexidade e amplitude da psicologia transpessoal acarreta dificuldades ao seu estudo, à sua compreensão e, sobretudo, à sua prática. Isto motivou a psicóloga Vera Saldanha, PhD, a desenvolver, a partir de 1987, uma organização sistematizada dos conceitos teóricos e da aplicação da psicologia transpessoal que foi denominado Abordagem Integrativa Transpessoal - AIT. Com a fundação da Associação Luso-Brasileira de Transpessoal - ALUBRAT, por Mário Simões (Portugal), Pierre Weil e Vera Saldanha (Brasil) no ano de 1995, a AIT passou a ser ministrada através desta associação, que além de propiciar a formação de profissionais está envolvida com a divulgação e validação da psicologia transpessoal organizando Congressos Internacionais bianuais.


A ALUBRAT se propõe a desenvolver valores de inteireza, inclusividade e plenitude. Sua missão é promover e ancorar a integração e expressão da espiritualidade como uma dimensão necessária à construção e ampliação do saudável no indivíduo e sociedade, por meio de ensino, pesquisa e assistência através da abordagem integrativa transpessoal. A visão de ser humano para a ALUBRAT é um ser integrado na razão, emoção, intuição e sensação em sua dimensão saudável e transcendente, promovendo o despertar de uma sociedade mais integrada e amorosa.


A ALUBRAT estruturou um programa de pós-graduação lato sensu de especialização em psicologia transpessoal, o qual sistematiza aspectos teóricos e práticos da Abordagem Integrativa Transpessoal - AIT, permitindo que o aluno obtenha não só o conhecimento cognitivo, mas também experiencial. A AIT foi aperfeiçoada na prática clínica e aplicada na educação e na saúde e se tornou objeto de tese de doutorado na Unicamp em 2006 (Saldanha, 2006) sendo aplicada desde 2002 em instituições públicas nas áreas de saúde, educação, em sessões individuais e grupais.


Na denominação “Abordagem Integrativa Transpessoal” o termo “integrativo” refere-se a uma visão sistêmica e não linear, na qual existe uma integração teórica com abordagens que a antecederam e ainda fatores comuns compartilhados por diferentes psicoterapias. O termo “integrativo”, no caso da AIT, não se refere a um ecletismo técnico (Sundfeld, 2000).


Resultados de pesquisa acadêmica com a AIT levaram à inserção de um novo conceito, que foi denominado de “princípio da transcendência”. Desta forma, além do processo primário (princípio do prazer) e do processo secundário (princípio da realidade) formulados no berço da psicanálise, é introduzido o processo terciário (princípio da transcendência). Na AIT define-se o processo terciário como um conjunto de referências inerentes ao desenvolvimento humano que favorece o despertar da dimensão espiritual e a realização de valores positivos e curativos. O “princípio da transcendência” indica um impulso em direção ao despertar espiritual e à percepção de pertencer a algo maior que “si mesmo”, o qual favorece a construção do sentido positivo (Saldanha, 2006).


A AIT é organizada em três aspectos fundamentais: o estrutural, o dinâmico e os procedimentos técnicos. O aspecto estrutural se refere aos principais conceitos teóricos, mostrados a seguir.


1. Conceito de unidade: refere-se à transcendência da dualidade, um modelo no qual todas as partes estão interconectadas. Em algumas experiências transpessoais o sujeito e objeto são indissociáveis. Este conceito auxilia no desenvolvimento e construção do sentido da vida e no sentimento de pertencimento, na superação dos apegos, da fragmentação, da ansiedade e da tensão. Ajuda a restabelecer a confiança e a serenidade (Weil, 1999);


2. Conceito de vida: quando o sujeito vivencia estados de expansão de consciência, existe uma atemporalidade psíquica, pautada por experiências de nascer, morrer e renascer (isto é, passar por etapas). A psique se mostra de forma não local e diferentes sentimentos podem emergir simultaneamente de modo harmônico na consciência. Por meio desta percepção mais ampla, o indivíduo supera apegos do ego e acelera o desenvolvimento do seu lado saudável. Na psicologia transpessoal, o conceito de vida é, portanto, compreendido de forma atemporal e não local;


3. Conceito de ego: é uma construção mental necessária no desenvolvimento humano. Tende a “solidificar” a energia mental e estabelecer a separação entre o eu e o outro. Entretanto quando adquire supremacia e rigidez passa a controlar a psique. Essa separação se cristaliza e se reflete na experiência do indivíduo, comprometendo a qualidade do contato com a realidade. A rigidez do egobloqueia a criatividade, espontaneidade e pode gerar automatismo no sujeito. Quando as funções de ego são trabalhadas na AIT, os sujeitos têm clareza perceptual dos distintos níveis da realidade e o indivíduo torna-se mais saudável, com melhor autonomia, capacidade de adaptação e resiliência (Simão, et al., 2012);


4. Estados de consciência: segundo Charles Tart, são definidos por um padrão generalizado de funcionamento psicológico; um sistema constituído por subsistemas e subestruturas, que sob a forma de atenção, mantém certo estado de consciência (Tart, 1975). Um estado de expansão da consciência é uma ampliação no padrão comum de atividade da mente. Os principais estados de consciência são: o estado de vigília, devaneio, sono e sonho, sono profundo, despertar e consciência cósmica, porém existem outros estados de consciência além dos citados e que também são trabalhados na AIT (Weil, 1991);


5. Cartografia da consciência: refere-se à classificação dos conteúdos que são acessados nos diferentes estados de consciência. São denominados de experiências da consciência de vigília, do pré-consciente, do inconsciente psicodinâmico, inconsciente ontogenético, inconsciente transindividual, inconsciente filogenético, inconsciente extraterreno, supraconsciente ou superconsciente e vácuo. Conhecer esta cartografia amplia as possibilidades terapêuticas de escuta, acolhimento e compreensão do tipo de experiência do indivíduo (Ring, 1978).


Todos estes conceitos estão relacionados entre si por meio do aspecto dinâmico, simbolicamente representado por dois eixos: o experiencial e o evolutivo, descritos a seguir:


1. Eixo Experiencial: simboliza a integração de quatro elementos do desenvolvimento psíquico:


· Razão: elemento de análise e julgamento, conceitos ou atribuição de valor, corresponde ao pensamento e ao sentimento. Predominam as funções do ego, permitindo ao indivíduo apreender a realidade interna ou externa. Tem papel importante na compreensão, organização e viabiliza a reflexão;


· Emoção: se refere à gama de afetos experimentados pelo indivíduo com efeitos fisiológicos e representa elemento essencial ao desenvolvimento e aprendizagem (Maturana, 1998). Produz o aspecto vivencial das situações. Torna-se danosa quando o indivíduo se mantém fragmentado e identificado só com a emoção, impedindo a integração dos demais elementos da psique;


· Intuição: pode ser definida como “ver por dentro”; destaca-se que na concepção transpessoal tem sua origem no supraconsciente sendo uma função que amplia a percepção da realidade para além dos aspectos racionais e emocionais (Assagioli, 1993);


· Sensação: é a função dos sentidos - a percepção a partir da visão, audição, tato, olfato e paladar. As percepções corporais resgatam a história do indivíduo nos aspectos ontogenéticos e filogenéticos. No enfoque transpessoal, as sensações podem estimular experiências transpessoais.


A psique frequentemente manifesta apenas um destes elementos isoladamente. Na AIT, todos os elementos do eixo experiencial, também chamado de REIS (razão, emoção, intuição e sensação), são estimulados com o propósito de integrá-los, o que promove a ampliação da percepção da realidade.


2. Eixo Evolutivo: simboliza os diferentes estados de consciência. Ele emerge a partir da integração do REIS, favorecendo estados de consciência cada vez mais “despertos”, onde há resolução de conflitos, aprendizagem e criatividade. A percepção da realidade é ampliada, propiciando respostas mais adequadas às situações encontradas.


Esse processo é facilitado com os procedimentos técnicos da AIT, os quais são instrumentos para estimular o eixo experiencial (REIS) e o eixo evolutivo. Promovem transformações comportamentais, de relacionamento, mudanças perceptuais e prontidão ao desenvolvimento saudável. Favorecem a emergência da consciência desperta e o desenvolvimento mais pleno do ser humano. São classificados em cinco grandes grupos:


· Intervenção verbal: representa as verbalizações que são articuladas para estimulação do REIS. Não se devem ter expectativas que gerem um sentimento de cobrança no sujeito nem emitir opiniões ou interpretações, mas sim favorecer a autopercepção, insights e reflexões relacionados ao momento presente.


· Imaginação ativa: são práticas estruturadas a partir da possibilidade do inconsciente desenvolver imagens que podem parecer aleatórias, mas são criadas por motivações profundas dos diferentes estados de consciência do indivíduo. Elas permitem estados expandidos, ampliando a percepção da consciência de vigília, portanto, favorecendo processos de compreensão e síntese, estimulando aspectos saudáveis e removendo bloqueios à criatividade.


· Reorganização simbólica: são técnicas que facilitam a organização de conteúdos da psique, numa sequência temporal e espacial lógica. A reorganização dos conteúdos pelo sujeito é facilitada pelo terapeuta, que utiliza recursos como a dramatização, a imaginação ativa e a escrita.


· Dinâmica Interativa: possibilita um trabalho intenso, profundo e significativo com os conteúdos psíquicos, através de vivências que utilizam recursos como o grafismo, personificação e imaginação. A dinâmica interativa é sistematizada em sete etapas, que servem de guia ao terapeuta, permitindo completar o processo psíquico de forma saudável, positiva e integrada ao momento atual. As sete etapas, em resumo, são:


a) Reconhecimento: pode ser desencadeado por fatores internos ou externos, é o momento da mobilização interna, um olhar ao redor, quando questionamentos podem emergir. O indivíduo experimenta “lacunas” na psique e mobiliza-se para ampliar sua percepção.


b) Identificação: ocorre quando há ressonância do que foi reconhecido com a necessidade do momento em que o indivíduo se encontra. O sujeito passa a “vivenciar” o processo psíquico emergente. Para facilitar a identificação, o terapeuta estimula o eixo experiencial (REIS).


c) Desidentificação: esta etapa depende da anterior, não há como se desidentificar do que não foi identificado. Caracteriza-se pelo “ver de fora”, o sujeito consegue distinguir entre vivenciar um conflito circunstancialmente e “ser o conflito” (isto é, interpretá-lo de forma permanente). Nesta etapa, emerge a análise, o discernimento crítico e a reflexão. O terapeuta deve evitar o risco da racionalização excessiva que pode ocorrer nesta etapa caso a etapa anterior (identificação) não tenha sido bem trabalhada.


d) Transmutação: ativa-se o processo de transcendência (eixo evolutivo) e a dinâmica psíquica se amplia. A percepção mais ampliada favorece novas inter-relações. Há uma percepção paradoxal do fato, na qual nada é inteiramente bom ou mal, certo ou errado e aspectos funcionais e disfuncionais fazem parte de uma mesma realidade. O indivíduo vivencia o conflito e a possível solução simultaneamente.


e) Transformação: a dinâmica psíquica é percebida pelo sujeito de forma positiva então fragmentada (integração do eixo evolutivo e experiencial). Nesta etapa ocorre a aquisição de um novo repertório, há uma resposta adequada para uma situação antiga e/ou um sentimento de preparo para novos desafios.


f) Elaboração: o sujeito traz um novo olhar e se sente em uma nova posição, isto é, o estado mental é outro e a percepção da situação é outra. Os insights se manifestam e há apreensão global do conhecimento e do sentido da experiência vivida na vida do indivíduo.


g) Integração: A nova percepção produzida na etapa anterior gera novas atitudes e ações. As perspectivas se ampliaram e o indivíduo integra a mudança no seu “ser” com reflexo positivo no seu cotidiano.


· Recursos auxiliares ou adjuntos: são práticas complementares ao processo psicoterapêutico, com efeito benéfico à saúde física e psíquica. Estes recursos não são exclusivos da psicologia, sendo alguns deles derivados de tradições orientais e utilizados como recursos de autodesenvolvimento, exercícios antiestresse e na medicina psicossomática (Ornish, 1998). Algumas políticas públicas, como a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a Política Nacional de Humanização (PNH) do SUS incentivam a utilização dos recursos auxiliares pertencentes ao campo epistemológico da psicologia transpessoal. Dentre estes recursos, podemos citar o relaxamento, a meditação, mandalas, desenhos, atividades manuais, dentre outras atividades com caráter positivo e educativo, sempre de forma contextualizada às características e necessidades do paciente. Os recursos adjuntos são utilizados associados aos demais procedimentos técnicos da AIT.


Aplicação da AIT em Serviço Público de São Paulo


O PROSER - Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade é um dos programas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq do HC-FMUSP). Dando continuação ao trabalho iniciado em 2000 com o NEPER - Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religioso, o PROSER vem intensificando suas atividades e ampliando seu número de pesquisadores, estudiosos e voluntários de assistência desde 2008. O atual coordenador é o psiquiatra Prof. Dr. Frederico Carneiro Leão.


O grupo é formado por profissionais da área da saúde e visa dar assistência terapêutica, estudar, pesquisar, investigar e gerar informações a respeito da relação entre saúde, espiritualidade e religiosidade. O PROSER baseia-se nos estudos já realizados por vários especialistas atuais da área: Harold Koenig, Kenneth Pargament, Raquel Gehrke Panzini, Francisco Lotufo Neto, Alexander Almeida, entre outros. Pesquisar e oferecer serviços de assistência para investigar a influência da espiritualidade na saúde tem sido foco de atenção em diversos serviços públicos e privados nos últimos dez anos. Harold Koenig (2005), em sua obra Espiritualidade no cuidado com o paciente, lista o que embasa esta necessidade:


• Muitos pacientes são religiosos e crenças religiosas ajudam a lidar com muitos aspectos da vida.

• Crenças religiosas influenciam decisões médicas, especialmente quando os pacientes estão seriamente doentes.

• Atividades e crenças religiosas estão relacionadas a uma saúde melhor e à qualidade de vida.

• Muitos pacientes gostariam que os médicos comentassem suas necessidades espirituais.

• Médicos falarem sobre questões espirituais não é novidade, tendo raízes na longa história da relação entre religião, medicina e assistência à saúde.

As definições de espiritualidade e religião utilizadas no PROSER e validadas pela AIT são encontradas no trabalho de Koenig (2001):


“Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade do indivíduo com o sagrado e/ou transcendente.”


“Espiritualidade é a busca pessoal pelo entendimento de respostas a questões sobre a vida, seu significado e relações com o sagrado e transcendente, que pode ou não estar relacionada a propostas de uma determinada religião.”


O PROSER tem aperfeiçoado os trabalhos de assistência. Além de desenvolver um modelo de anamnese espiritual e aplicá-lo em vários pacientes das diferentes enfermarias do IPq, também desenvolveu e realizou com sucesso projetos de assistência através de atividades terapêuticas como: terapia ocupacional, arteterapia, aconselhamento psicológico, meditação, oficina de contos, oficina de mandalas e yoga para funcionários.


A assistência através da anamnese espiritual visa, em primeiro lugar, investigar como o enfrentamento (coping) espiritual/religioso do paciente gera impacto em sua saúde mental, no seu diagnóstico e tratamento psiquiátrico. Essa anamnese permite que o paciente reflita sobre estes aspectos, assim como abra um canal de comunicação com os profissionais de saúde sobre este tema, o qual representa um dos maiores fatores de enfrentamento da doença.


A assistência nas atividades terapêuticas tem como objetivos melhorar o coping religioso/espiritual, autoconhecimento, busca por um sentido existencial e descoberta de valores positivos individuais, do bom e do belo, entre outros. As atividades terapêuticas trazem como base abordagens que estimulam a reflexão mais integral sobre o “si mesmo” e sua relação com o outro e com o mundo - a Transpessoal, Antroposofia, Raja Yoga e Mindfullness são algumas dessas abordagens.


A ALUBRAT participa do PROSER desde a época de sua fundação com o antigo NEPER, e sob a supervisão do coordenador da ALUBRAT São Paulo, Manoel Simão, tem realizado atividades de assistência desde 2010. A presença da Psicologia Transpessoal no PROSER se justifica em função de ser a Transpessoal a linha da psicologia que inclui a espiritualidade na sua visão de homem. Pode-se inferir que a inclusão da dimensão espiritual é o que diferencia a Transpessoal das outras linhas da Psicologia. No PROSER a assistência terapêutica realizada a partir da aplicação da Abordagem Integrativa Transpessoal – AIT ocorreu em paralelo e de forma complementar aos tratamentos multidisciplinares usuais das enfermarias do Instituto de Psiquiatria.


Oficina de Mandalas


As experiências de aplicação das atividades terapêuticas da AIT junto ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo só foi possível devido à parceria da ALUBRAT com o PROSER. A atividade a ser descrita a seguir foi desenvolvida por Manoel Simão e Adriana Splendore em 2012 através da Oficina de Mandalas. Este projeto teve o objetivo de promover a assistência psicológica aos pacientes da enfermaria de transtorno alimentar no IPq, focando a espiritualidade e recursos de enfrentamento no desenvolvimento de metavalores e forças positivas através das oficinas.


Verificamos que com o uso das Mandalas como elemento catalisador, as pacientes reconheciam melhor os estados internos que estavam vivenciando no período da internação. A reflexão sobre as imagens desenhadas, e a elaboração perante o grupo, proporcionava uma conscientização e uma liberação de conteúdos não elaborados. Gradualmente a adesão das pacientes às oficinas foi acontecendo, as resistências foram diminuindo, e as oficinas passaram a ser vistas com outro olhar. Algumas pacientes se identificavam tanto com suas mandalas, que pediam para ficar com os desenhos; além de esperarem pela oficina, lamentavam quando por algum motivo não podiam participar.


O Programa consistiu de sete meses de encontros na forma de oficina de mandalas, com duração de uma hora por encontro, em convite aberto e livre, com grupos de 3 a 8 pacientes de ambos os sexos na enfermaria de transtorno alimentar (ECAL).


Os pacientes frequentaram semanalmente e à medida que recebiam alta eram desligados das oficinas. Novos pacientes eram acolhidos ao ingressar na enfermaria e quando em condições de participar da oficina. Os materiais utilizados foram o papel sulfite A3, A4, cola, giz óleo pastel, giz de cera, cola colorida, lápis de cor, canetas hidrográficas, aparelho de som e música suave.


A cada encontro explicava-se o objetivo da oficina e sua relação com o programa PROSER; esclarecia-se o que era uma mandala e convidava-se para uma interiorização através de relaxamento corporal breve com ênfase na respiração e aquietamento mental. Realizava-se a técnica de mandala programada para o encontro, e após os participantes eram convidados para elaborar o conteúdo e integrá-lo ao momento presente.


O uso terapêutico das Mandalas tal como aplicado nas abordagens junguianas, arte terapêuticas, transpessoais e em outras linhas psicoterápicas, está quase sempre relacionado ao desbloqueio e/ou ao despertar de sentimentos e sensações que temos dificuldade para lidar ou dificuldades para manifestar exteriormente.


Carl Gustav Jung (1973), trabalhando com a psicologia analítica, observou a criação espontânea de mandalas em seus pacientes e dizia que estas ocorrem no momento de reintegração da psique. Jung afirma que a mandala contém símbolos ao redor do núcleo central, e suas estruturas e desenhos expressam a vida projetiva do mundo externo e interno da psique humana concluindo:

“... as mandalas, como técnica projetiva, são a formação de um arquétipo de ordem, de integração psíquica, de desintegração e de reintegração ou fortalecimento do self; portanto a mandala é a representação simbólica do self.”


Através das oficinas de Mandalas objetivou-se despertar a intuição das pacientes e direcionar a energia mental para determinado objetivo harmonizando intuição, razão, emoção, sensação estabelecendo assim, um caminho para o alcance de um maior nível de consciência.


Benefícios

A utilização da mandala como fonte de reconhecimento e cura ajudou muito as pacientes na organização e no fortalecimento da psique, conduzindo a uma maior consciência de si mesmas e do mundo que as cerca e, consequentemente, a atingir estados de consciência mais elaborados de plenitude e paz interior.

A cada sessão o entrosamento era maior e elas se sentiam mais à vontade para se expor, perguntar, falar sobre a doença, a internação, seus medos, e como seria a retomada da vida. Embora sejam pacientes bastante debilitadas - algumas só se alimentavam por sonda, outras em cadeiras de rodas por não terem força para andar, outras tiveram tentativas de suicídio - elas se esforçavam para participar e se animavam com as sessões.


No início do trabalho, os conteúdos verbais eram sempre empobrecidos, com respostas curtas, o que denotava o estado interno depressivo dessas pacientes. Porém, conforme aderiam às oficinas e confiavam mais na equipe e no trabalho, isso também foi mudando, o que era observado tanto na evolução dos desenhos para formas e cores mais elaboradas, quanto na explanação verbal mais rica, através da qual elas externavam seus anseios, desejos e angústias, resultando numa autodescoberta.


Reconhecimento de estados internos: Embora pacientes dessa patologia tenham em geral muita dificuldade em aceitar que estão doentes e que seus comportamentos (como provocar vômitos por ex.) estão gerando problemas, observamos durante as oficinas, que núcleos que estavam inconscientes foram integrados. O reconhecimento desses estados internos aconteceu gradualmente - a identificação dos processos doentios emergia a cada sessão, percepções que estavam adormecidas surgiam de forma saudável. Mesmo quando o desenho mostrava algo negativo, na elaboração verbal junto ao grupo, as pacientes falavam sobre possíveis formas de superação daquele momento, de atitudes adotadas para resolver o conflito, e sobre como essa busca pessoal era renovada a cada execução de uma mandala.


Reorganização de pensamentos disfuncionais: As pacientes criavam desenhos, formas e utilizavam cores, cujo conteúdo revelava como elas estavam naquele momento da internação. Muitas vezes elas não percebiam conscientemente, mas no desenho podíamos observar, como uma janela para o mundo interior, os pensamentos doentios. Essas mandalas mostravam claramente os conflitos internos.


Joan Kellogg, PhD (1977) deu continuidade aos estudos de mandalas de Jung e percebeu que a mandala nos ajuda a recorrer a reservatórios inconscientes de forças que possibilitam uma reorientação para o mundo exterior. Desenhar um círculo talvez seja algo como desenhar uma linha protetora ao redor do espaço físico e psicológico que identificamos como nós mesmos.


Kellogg se refere também a doze formas mandálicas, onde cada forma representa um estágio importante ao longo de um caminho de evolução pessoal. Os doze estágios resumem o desdobramento de um ciclo que não é vivido uma só vez, mas muitas vezes, refletindo a relação dinâmica entre o ego e o Self.


Em vários momentos, confirmamos essa forma de se fazer um diagnóstico parcial dos estados internos disfuncionais, observando as formas e cores representadas nos desenhos os quais estavam compatíveis com o estado vivenciado pela paciente.


Kellogg afirma que quando a organização do ego é temporariamente rompida, a criação de mandalas pode ser uma experiência confortadora. E entendemos ainda, que como afirma Jung, mesmo quando um conflito vem à tona, o ato de criar uma mandala produz uma inegável descarga de tensão.


Presenciamos isso várias vezes, algumas pacientes desenhavam seus hábitos doentios como: só comer maçã, ou provocar vômitos, ou usar laxantes. No momento da elaboração verbal se envergonhavam desses comportamentos. Nossas intervenções, explicando os conceitos da Abordagem Integrativa Transpessoal, das funções do REIS (razão, emoção, intuição e sensação) davam a elas a oportunidade de reelaborar, realinhar suas experiências e atitudes, e fortalecer a organização do saudável. Era bastante claro que elas chegavam para as sessões irritadas, ansiosas, apáticas e após todo o trabalho ficavam mais tranquilas e esperançosas.


Aquietamento da mente - relaxamento: O que observamos nas oficinas foram as mudanças que ocorriam em curto prazo e longo prazo.


Em curto prazo as pacientes entravam na sala agitadas e, com o relaxamento, isso gradualmente diminuía, as conversas cessavam e a concentração nos desenhos permitia uma organização maior da mente, trazendo equilíbrio e soluções para os problemas que elas nem tinham consciência.

Em longo prazo observamos a evidência de um aquietamento mental maior, evidenciado ao compararmos a evolução dos desenhos e as cores usadas pelas pacientes no início da internação e no final dela.


No início das internações cores sempre eram mais carregadas e fortes mostrando as angústias, os medos. A cor preta era muito utilizada, simbolizando aspectos obscuros e sombrios da personalidade. Kellogg descreve o preto como “próprio daquilo que não pode ser conhecido conscientemente”.

Quando comparamos com as pacientes que estavam já habilitadas a terem alta da internação, as cores eram mais suaves. Havia o predomínio da cor vermelha, que segundo Kellogg tem significados positivos relacionados com a energia de que precisamos para sobreviver, ter saúde e nos transformar, adquirindo mais sabedoria interior.


Tradicionalmente as mandalas são instrumentos de meditação que intensificam a concentração no eu interior, a fim de levar a pessoa a atingir experiências significativas. Analisando as mandalas realizadas pelas pacientes podemos afirmar que essa interiorização aconteceu e que os desenhos foram mudando como um reflexo do seu estado mental.


Catarses integrativas: Tivemos ao longo dos encontros vários momentos difíceis, onde as pacientes se emocionavam com seus relatos e choravam muito. O acolhimento era feito não só pela equipe, mas também pelo grupo, mostrando uma empatia entre elas.


A percepção de uma paciente favorecia o reconhecimento de todas: elas afirmavam como se sentiam, como tinham superado um momento difícil, que recursos utilizavam e incentivavam as demais a ter perseverança. Em outros momentos algumas pacientes davam palpites na elaboração da colega e as observações sempre geravam polêmicas, que eram aproveitadas para a indução, pela equipe, de reflexões mais profundas, trazendo significados e orientações.


Favorecer elaborações de conteúdos inconscientes: O mapa para o inconsciente, que as tradições tibetanas atribuem às mandalas, era demonstrado em cada encontro. Tivemos algumas pacientes resistentes ao tratamento, que entravam na sala achando que iam apenas desenhar, mas quando elaboravam verbalmente o que tinham desenhado, sempre aparecia o conflito pelo qual estavam passando. Como afirma Simão (2012) “a rigidez do ego bloqueia a criatividade, espontaneidade e pode gerar automatismo no sujeito. Quando as funções de ego são trabalhadas (um dos objetivos das oficinas), os sujeitos têm clareza perceptual dos distintos níveis da realidade e o indivíduo torna-se mais saudável, com melhor autonomia, capacidade de adaptação e resiliência”.


Percepções que estavam adormecidas emergiram de forma saudável, proporcionando às pacientes um sentido maior de si mesmas, identificando seus medos, traumas, culpas, e abrindo um espaço para uma nova visão, uma autodescoberta.


Apoio e suporte grupal: Em vários encontros pudemos observar o apoio que as pacientes criavam entre si. As que estavam no final da internação davam conselhos para as que estavam chegando. O conteúdo mais rico sempre acontecia quando estávamos elaborando verbalmente os desenhos e se falava, por exemplo, em provocar o vômito, ou ter dor no estômago quando comiam algo. Imediatamente apareciam os depoimentos de outras pacientes afirmando que isso era passageiro, e que ia melhorar.


Elas se sentiam cúmplices dos mesmos problemas, para o bem e para o mal. Tivemos um caso onde duas pacientes, que estavam na primeira semana de internação, reforçavam mutuamente a raiva de estar ali. Uma afirmava que ia continuar a provocar vômitos e a outra incentivava isso, dizendo que também não mudaria. O grupo se manifestou imediatamente, condenando suas falas. Aproveitamos o momento para reforçar os conceitos do que são os pensamentos e ações saudáveis, e o que são os pensamentos e ações confusos e doentios. O que reforçava a doença, o que era destrutivo, e qual o símbolo que podíamos representar na mandala que significava o saudável. Essa mandala foi entregue a cada uma das pacientes para que, ao longo da semana, olhassem por alguns instantes para o símbolo que representava a sua cura.


Vimos também o apoio do grupo de enfermagem que as incentivava ativamente (elas muitas vezes tiravam as pacientes da cama), a participarem das oficinas.


Potencialização da experiência de metavalores e coping positivo: O trabalho com mandalas despertou a atenção das pacientes e sua capacidade de estar presente no momento presente. Com isso um maior equilíbrio interno pode ser observado, bem como a estimulação da criatividade e da intuição. Favoreceu o desenvolvimento de forças pessoais, enfrentamento positivo da doença e maior resiliência quanto à internação, possibilitando a integração dos aspectos cognitivos, afetivos, sensoriais e intuitivos.


Melhora de bem estar pontuado por questionário: Questionários simples foram introduzidos no início e final das sessões. Eles perguntavam: como você se sentia quando chegou aqui, e como você está agora? Numa escala de um a dez aponte como você estava, e como se sente após a oficina? Os resultados foram sempre positivos.


Em alguns desenhos, principalmente das pacientes que estavam nas últimas semanas da internação, pudemos observar a alegria de ter vencido uma fase difícil da sua vida. E um novo momento, onde será necessário enfrentar a vida, estava se iniciando.


A cada desenho, uma janela se abria para entender um pouco o universo interior de cada uma das pacientes. O que foi encontrado a princípio foram rupturas no ego, abatimento, falta de amor próprio, um ser totalmente fragilizado precisando de muita ajuda. As oficinas, em muitos casos, estimularam a capacidade organizadora do Ser saudável, a busca pelo autoconhecimento, e autonomia. A aderência às sessões, pelas pacientes, demonstrou a sensação agradável que elas sentiam ao desenhar uma mandala.

Pudemos confirmar que quando a organização desse Ser está totalmente corrompida, a criação de mandalas como recurso adjunto terapêutico pode ser uma experiência confortadora.


Conclusão


Concluímos que os trabalhos de assistência terapêutica oferecidos pela AIT no PROSER, em especial as oficinas de mandalas, podem oferecer inúmeros benefícios aos pacientes: reconhecimento de estados internos, reorganização de pensamentos disfuncionais, aquietamento da mente, catarses integrativas, elaboração de conteúdos inconscientes, potencialização da experiência de metavalores e coping positivo, estimulação de apoio e suporte grupal e melhora do bem estar. Esses benefícios ampliam a visão de saúde do paciente e possibilitam uma reorientação dos propósitos de vida em direção a um funcionamento psicológico mais integrado e saudável.


Através de seu referencial teórico consistente e de metodologia vivencial que incentiva o desenvolvimento psicoespiritual do indivíduo, a AIT revela-se uma abordagem que pode ser aplicada em diferentes trabalhos no contexto da saúde mental, seja através de oficinas como essa, seja na forma de aconselhamento individual. Atualmente já se encontra em andamento mais um projeto assistencial terapêutico com base na AIT que visa justamente o atendimento individual a pacientes em tratamento ambulatorial. Além disso, dentro das propostas de investigação sobre o impacto da espiritualidade e religiosidade na saúde, o PROSER tem possibilitado projetos de ensino nos quais a equipe da ALUBRAT tem participado ativamente.


Existe um crescimento significativo no interesse de profissionais de saúde, de diferentes instituições, a propor alternativas de tratamento que contemplem a espiritualidade como parte da expressão humana. Acredita-se que o modelo de assistência que está sendo criado no PROSER, assim como as possibilidades terapêuticas que a Psicologia Transpessoal oferece ao acolher o ser em sua integralidade, incluindo a dimensão espiritual, podem se tornar referência na área de saúde a outros serviços públicos.


Referências bibliográficas


ASSAGIOLI, Roberto. Ser transpessoal. Espanha: Gaia, 1993.

Colpony, Heita. Los misterios del Mandala. Malaga: Sirio Ed., 1990.

DAHLKER, Rudiger. Mandalas: formas que representam a harmonia do cosmos. São Paulo: Pensamento, 2007.

D’ASSUMPÇÃO, Gislaine. Trabalho com a morte. In: TAVARES, Maria de Fátima Abrahão; AZEVEDO, Cláudio Roberto Freire; BEZERRA, Marlos Alves (org.). Tratado de psicologia transpessoal: antigos ou novos saberes em Psicologia. Natal: EDUFRZ, 2012.

FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 1986.

FINCHER, Suzane. O autoconhecimento através das mandalas. São Paulo: Pensamento, 1991.

FIORVAVENTE, Celina. Como usar a energia dos desenhos sagrados. São Paulo: Pensamento, 2007.

JUNG, C. G. Mandala symbolism. Nova Jersey: Princeton University Press, 1973.

KELLOG, Joan; MAC RAE, Margaret; BONNY, Helen L.; DI LEO, Francesco. The use of the mandala in psychological evaluation and treatment. American Journal of Art Therapy. Vol. 16(4)123-134, 1977.

KOENIG, Harold. Espiritualidade no cuidado com o paciente. São Paulo: Mednesp, 2005.

______. The handbook of religion and health: a century of research reviewed. Oxford University Press, 2001.

MASLOW, Abraham. The Farther Reaches of Human Nature. Inglaterra: Penguin Compass, 1971.

______. Toward a Psychology of Being. 2. ed. Nova York: Van Nostrand Company, 1968.

______. Visiones del futuro. Barcelona: Kairós, 2001.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

ORNISH, Dean. Amor e sobrevivência: a base científica para o poder curativo da intimidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

RING, Kenneth. Cartografia da consciência humana: pequeno tratado de psicologia transpessoal. Petrópolis: Vozes, 1978.

SALDANHA, Vera. Didática transpessoal: perspectivas inovadoras para uma educação integral. Deptº. de Desenvolvimento Humano, Faculdade de Educação (FE), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Campinas: Tese de Doutorado, 2006.

______. Psicologia transpessoal: um conhecimento emergente em psicologia da consciência. Ijuí: Unijui, 2008.

SIMÃO, Manuel Pereira; SALDANHA, Vera. Resiliência e Psicologia Transpessoal: fortalecimento de valores, ações e espiritualidade. O Mundo da Saúde, abril/junho de 2012. Vol. 36, n.2.

SIMÕES, Mário, et al. O que é transpessoal. Lisboa: Temática, 1997.

SUNDFELD, Ana Cristina. Abordagem integrativa: reterritorialização do saber clínico. Psicologia: Teoria e Pesquisa. set-dez de 2000, Vol. 16, n.3.

WEIL, Pierre. A Consciência Cósmica: Introdução à psicologia transpessoal. Petrópolis: Vozes, 1999.

______. As fronteiras da evolução e da morte. Petrópolis: Vozes, 1991.

WILSON, Colin. New pathways in Psychology: Maslow and the post-Freudian revolutions. Chapel Hill, NC: Maurice Basset Publishing, 2001.



Archive
Follow Us
  • Facebook Basic Square
bottom of page